E aí, essas siglas do título? É “tudamesmacoisa” ou “nadaver”? Eu estudo AI – Arquitetura da Informação, há uns 12 anos. E, claro, passam pelo meu repertório os termos UX (User Experience), UI (User Interface), entre vários outros. Até aí tudo bem. Mas esse ano, assistindo as palestras da AIC, pude perceber uma grande quantidade de palestras em que tudo era chamado apenas de “UX”.
UX é a área relacionada à experiência do usuário, que, na minha construção de conhecimento, estava inserida na AI.
Como notei essa associação do maior evento mundial de AI com a temática de UX, decidi investigar uma pouco mais essa área para ver como ela se conecta com a AI que eu conheço. Comecei a ler algumas coisas e surgiu um “UX Design bootcamp” gratuito oferecido pela How Education, então me inscrevi e participei do evento. Foram 2 meses com aulas 2x na semana e um projeto prático para aplicar os conhecimentos. Foi utilizada a metodologia de Design Thinking, outro conceito que está bem em alta nos últimos tempos. Esse bootcamp foi legal para me situar nesse universo e entender como os “ux designers” enxergam a AI na criação de produtos e serviços que, ao final, acabam por demandar uma interface. Nesse bootcamp eu percebi que eles chamam de “UX Design” TODO o processo de criação de produtos ou serviços, desde a pesquisa de mercado até o protótipo final. A única parte que fica faltando pra finalizar é o desenvolvimento, a parte de TI mesmo.
Além desse bootcamp, fiz uma especialização em UI/UX Design pela California Institute of the Arts, no Coursera, e percebi que a proposta também está alinhada com esse viés, apesar dos cursos terem um pouco menos de foco em pesquisa (user research) e um pouco mais no desenvolvimento do ambiente informacional digital em si. Notem que, para essa especialização, utilizaram também o termo UI (User Interface) no título, pois, vindo de uma instituição de artes e design, a diferença entre interface visual/gráfica do usuário (UI) e a experiência do usuário (UX) é mais destacada. Nesse processo todo, vi que eles meio que resumem a AI como a criação do “mapa do site” ou qualquer coisa semelhante a isso.
Na minha visão, UX estaria contemplando esse todo sim, mas como abordagem, e não como processo ou ferramenta. Várias das etapas são antigas conhecidas de várias outras áreas como administração, marketing, biblioteconomia (estudo de usuários é uma espécie de ux né gente?), arquitetura da informação, design gráfico, entre outras. O que ficou pra mim, então, é que UX, como tem sido entendido e propagado ultimamente, é um “catadão” de métodos, técnicas e ferramentas de várias áreas para realizar um processo de trabalho que tenha como foco principal a experiência do usuário, e a priorize em todas as etapas do desenvolvimento do projeto. Ou seja, é uma abordagem, um pano de fundo, a “água do aquário” em que estão envolvidos todas etapas do projeto. Fair enough.
Joga no Google
O termo “UX” ganhou destaque e popularidade, e é como ficou conhecido todo esse rolê de “fazer site” (projetar ambientes digitais informacionais) hoje em dia. Em uma pesquisa no Google Trends, percebam como foram as buscas pelos diferentes termos:
Já com o termo “UX” sozinho, na linha vermelha do gráfico, que pode ser que tenha outros usos e conceitos e outros contextos, a diferença é ainda maior:
Bom, essa foi a minha percepção até agora, mas posso mudar de ideia. O que posso concluir é que estou apta a me designar como “ux designer”, se é assim que o mercado quer chamar, pois os conhecimentos e habilidades desse ramo eu tenho (grande parte vem da AI).
Update:
Comecei a fazer um novo curso, pela Universidade de Michigan, no Coursera e uma aula foi sobre a história do UX design. Outra forma de organizar esse conhecimento, e achei interessante pois explicaram os termos e onde cada coisa se encaixa a partir do histórico mesmo. Nesse contexto, a Arquitetura da informação é vista como uma especialização no ramo de UX Design:
Fonte: NEWMAN, M. A Brief Incomplete History of UX. University of Michigan.Vejam que a parte de pesquisa é um grande ramo, conhecido como UX Research. Bem interessante ver como os conhecimentos das diversas áreas se relacionam e se complementam, e como a forma de organização do conhecimento traz uma visão diferente sobre um assunto. Só de começar esse novo curso eu já estou com uma nova visão um pouquinho diferente… 🙂
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