Eu sempre gosto de começar a estudar uma área do conhecimento pela história dessa área. Como surgiu, onde, quando, quem criou, enfim, essas informações me ajudam a situar a área num contexto que eu já conheço e assim fica mais fácil aprender, eu acho. A gente aprende coisas novas fazendo conexões com coisas que já sabemos, então deve ser por isso.
Já escrevi sobre a história da AI em artigos acadêmicos, pesquisas e coisas assim, estudei algumas coisas desse histórico. Então vou contar um pouco aqui, mas de forma mais livre, só de cabeça mesmo, com o que eu me lembro, sem consultar e citar as fontes formalmente.
O termo “arquitetura da informação” foi criado por um arquiteto. Sim, da galera de arquitetura e urbanismo, arquitetura predial mesmo, que fazem projetos cagados pra você reformar sua casa. (Desculpa, eu tive muitos problemas com os arquitetos que fizeram projetos de reforma pra mim).
Mas o arquiteto que estamos falando aqui é o Richard Saul Wurman. Ele citou o termo em uma conferência de arquitetura e defendia o uso de uma vertente da arquitetura – o design – para tornar a informação mais compreensível. Sabe o TED Talks? As palestras curtas e legais que todo mundo gosta e fica fácil entender até astrofísica? Então, também foi o Wurman que teve a ideia do formato. O lance dele é comunicar informação de um jeito compreensível. Outra coisa bem legal que ele fez foi uma nova forma de apresentação de guias de viagem, os guias Access. Muito mais visuais e funcionais do que os antigos, que mais pareciam enciclopédias ou catálogos – nada contra, bibliotecária aqui! Mas vamos combinar que pra saber um pouco sobre os lugares pra onde você quer viajar, pegar um guia que te faz parecer que está estudando pra um supletivo, é, no mínimo, desanimador, certo?
O fato é que o cara é bom. E a ele é dado o crédito quanto a criação do termo “Arquitetura da Informação”. Acho justo.
Mais ou menos na mesma época, a Xerox criou um grupo de trabalho interdisciplinar para construir um projeto relacionado a máquinas e pessoas (interação homem-computador) e contava com cientistas da informação. Nesse projeto surgiu algo numa linha que envolvia ‘arquitetura’, ‘computadores’ e ‘informação’.
Um outro marco dessa história foi nos anos 1980, em que a IBM publicou artigos científicos relacionando o desenvolvimento de sistemas de informação com base em arquitetura da informação, para facilitar a integração e o compartilhamento de dados. Um pouco depois, no início dos anos 1990, Davenport traz o conceito de Ecologia da Informação e retoma a importância da arquitetura da informação nos ambiente de negócio para o desenvolvimento de sistemas de informação eficientes e também para a gestão da informação do negócio.
Bom, vou continuar num próximo post, já que ninguém tem muita paciência pra ler textos grandes ultimamente, não é?
(continua…)
