Sobrecarga informacional

Essa semana ministrei um curso de Arquitetura da Informação e minha fala começou dando esse contexto do que vivemos agora, da sobrecarga informacional. Achei que ficou legal e resolvi postar aqui o que falei, foi mais ou menos assim:

Vivemos hoje numa época de produção intensa de informação. Passamos o dia todo produzindo, e, principalmente, consumindo informações. 

Um volume enorme de dados é produzido de forma acelerada, e não conseguimos absorver o que precisamos, não encontramos as informações que queremos na hora que precisamos consultá-la, e a compreensão dessas informações fica prejudicada. 

Há uma sobrecarga informacional. 

Estamos lidando com ambientes digitais informacionais o tempo todo, estamos em contato com as telas para tudo: desde consultar uma receita para o almoço, passando por verificar o saldo no banco, agendar uma consulta médica, saber notícias da família, pedir comida, assistir vídeos, filmes e séries, ver o resultado do exame de sangue… enfim, tudo. 

E, para cada uma dessas ações, um ambiente informacional digital novo. 

Telas novas, imagens diferentes, botões, ícones, textos… e a gente tem que aprender tudo isso, o tempo todo. E, muitas vezes, sem nem perceber que estamos gastando energia com isso. 

Não é a toa que estamos exaustos no final do dia: cada uma dessas micro interações, cada pausa pra pensar “onde eu clico agora?”, cada frase que precisamos reler para entender direito, cada busca no google (que palavras usar?), cada lista de resultados e decisões a serem tomadas “em qual link deve estar o q eu procuro?”… 

Quanta energia foi gasta nisso tudo? Pode parecer besteira, coisas que achamos que fazemos automaticamente, sem nem pensar, mas na, verdade tudo isso consome muita energia cognitiva. 

É esse o contexto em que vivemos. Por isso a importância de tornar os ambientes informacionais mais compreensíveis e as interações o mais suaves e despercebidas possíveis. E a arquitetura da informação é essencial para que isso aconteça.

A experiência do usuário é positiva quando ele consegue realizar suas tarefas de forma seamless, suave, sem que essas tarefas demandem uma carga cognitiva elevada. As tarefas básicas do usuário para realizar qualquer tipo de interação com o ambiente informacional e, assim, satisfazer seu desejo e/ou eliminar sua dor, são: encontrar e compreender a informação do ambiente 

Para que isso ocorra, é fundamental que a AI esteja bem definida e tenha sido especialmente pensada e preparada para isso. Os principais objetivos da AI são que a informação seja encontrada e compreendida. Então, podemos concluir que uma boa AI pode garantir uma boa experiência do usuário (UX) e, assim, diminuir os efeitos da sobrecarga informacional.

  

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